Eu caminho...
Dou um passo, mas tudo fica escuro...
Não sei o que vai acontecer, onde vou parar, o que vão fazer comigo. Nas sombras, eu temo o que existe e o que está fora do meu controle.
Eu me diminuo, volto a ser criança.
Uma criança que sofre, que teme pela própria segurança, em uma família que não traz equilíbrio...
Sofre por não poder confiar nos que estão ao seu redor... Muitas vezes, aqueles que deveriam cuidar de mim, foram os que mais me fizeram sofrer...
E o ciclo se repete com as pessoas que estão ao meu redor. Elas são todas críticas, são cruéis e me julgam, sinto que me julgam todo o tempo.
E quando dou um passo, temo encontra-las e temo o que vão fazer comigo.
Por isso, não caminho mais. Não dou mais passo algum.
Me coloco no canto escuro, e deixo toda essa energia crescer ao meu redor: energia do medo dos outros, do medo do que vai acontecer, do que vão fazer comigo e de como vou me sentir. Medo de segurar minha vida com as minhas próprias mãos, medo de viver.
Mas não me sinto responsável por isso. Foram eles que fizeram isso comigo.
Eu sou pequena. Eu não tenho culpa. Eu sou pequena não sei me proteger de todo esse mal.
Eu quero ficar no canto escuro e dizer para o mundo o que fizeram comigo.
O que fazem comigo até hoje. Eu quero apontar os culpados, quero que algo aconteça com eles. Que haja um julgamento dos homens, do divino, não importa.
Que eles paguem pelo o que me fazem, pelo o que me fizeram para que eu possa, finalmente, sair de onde estou, para que eu possa seguir a minha vida, para que eu possa ser feliz.
Mas nada acontece. As pessoas seguem suas vidas, meus algozes seguem suas vidas, eles são felizes ou sofrem, não importa. Suas vidas seguem e a minha fica parada. Onde está a justiça dos homens? Onde está a justiça divina? Onde está Deus?
No meu canto, separada e escondida, eu me afasto de tudo. Me afasto da alegria de viver, me afasto de qualquer confiança de que Deus exista, de qualquer esperança de que as coisas mudem. Nunca vai mudar. O mundo não vai mudar e vão continuar a fazer o que fazem comigo.
Eu adoeço. Meu corpo dói, minha alma dói e meus pensamentos são apenas de uma certeza cortante de que eu não mereço nada melhor, de que não sou merecedora de ser salva, de que meu fim é ser triste, infeliz, sozinha em um canto escuro da vida, enquanto todos os outros vivem vidas felizes, todos os outros conquistam o que desejam. Mas não eu. Não eu...
O caminho da vítima é um caminho solitário e impotente. Não podemos fazer nada, pois não temos força contra nossos algozes. Muitos deles nem estão em nossas vidas mais, mas ainda nos lembramos do que fizeram conosco e sofremos.
O Ho'oponopono nos convida a desviar desse caminho e a tomar outro, um caminho onde somos 100% responsáveis pelas nossas vidas e tudo, tudo que aconteceu conosco são apenas programas que são tocados novamente, como um disco antigo que se repete e repete na vitrola.
Quando tomamos consciência disso entendemos que nada nem ninguém está contra nós, apenas os nossos próprios pensamentos daquilo que aconteceu conosco.
Portanto, se mudamos os nossos pensamentos, entendemos que o que aconteceu foi uma oportunidade de tomarmos consciência de energias cármicas e ancestrais que carregamos e que podemos limpar toda essa energia com o auxílio do Ho'oponopono.
Ao fazermos isso, mudamos a origem dessas situações e começamos um processo de transformação que acontece de dentro para fora.
Hoje eu convido você a trilhar um novo caminho. O caminho da liberdade. O caminho da transformação. O caminho do Ho'oponopono.
Muita luz, sempre!
Aloha!
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